Conheça os motivos que fazem com que adolescentes estudem na Educação de Jovens e Adultos
Elisângela Fernandes (novaescola@fvc.org.br). Colaboraram Anderson Moço, de Juazeiro do Norte, CE,
Aurélio Amaral, de Sertãozinho, SP, Beatriz Vichessi, de Marabá, PA, Rodrigo
Ratier, de Teresina, PI, e Verônica Fraidenraich, de Curitiba, PR
A presença de adolescentes na Educação de
Jovens e Adultos (EJA) no Ensino Fundamental é preocupante: quase 20% dos
matriculados têm de 15 a 17 anos. O número de alunos dessa faixa etária na
modalidade não tem sofrido grandes variações nos últimos anos, apesar da queda
no total de matrículas (28,6%). Dados da Ação Educativa com base nos Censos
Escolares indicam que, em 2004, eram 558 mil estudantes e, em 2010, 565 mil. O
cenário tem chamado a atenção dos especialistas da área. Por que esses
adolescentes estão frequentando a modalidade, em vez de estar na Educação
Básica regular? São vários os motivos (leia
na última página os depoimentos de 13 estudantes). Alguns extrapolam os
muros da escola, enquanto outros têm a ver diretamente com a qualidade da
Educação, ou seja, envolvem o Ministério da Educação (MEC), Secretarias
Municipais e Estaduais, gestores e, é claro, os professores que lecionam na
modalidade.
Três grandes questões sociais fazem com que,
todos os anos, muita gente desista de estudar ou então deixe a sala de aula
temporariamente:
- Vulnerabilidade Muitos estudantes enfrentam problemas como a pobreza extrema, o uso de drogas, a exploração juvenil e a violência. "A instabilidade na vida deles não permite que tenham a Educação como prioridade, o que os leva a abandonar a escola diversas vezes. Quando voltam, anos depois, só resta a EJA", diz Maria Clara Di Pierro, docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
- Trabalho A necessidade de compor a renda familiar faz com que muitos alunos deixem o Ensino Fundamental regular antes de concluí-lo. O estudo Jovens de 15 a 17 Anos no Ensino Fundamental, publicado este ano na série Cadernos de Reflexões, do MEC, revela que 29% desse público que está matriculado do 1º ao 9º ano já exerce alguma atividade remunerada, sendo que 71% ganham menos de um salário mínimo. A dificuldade de conciliar os estudos com o trabalho faz com que mudar para as turmas da EJA, sobretudo no período noturno, seja a única opção.
- Gravidez precoce A chegada do primeiro filho ainda na adolescência afasta muitos da sala de aula, principalmente as meninas, que param de estudar para cuidar dos bebês e, quando conseguem, retornam à escola tempos depois, para a EJA. Assim, não estudam com colegas bem mais novos e concluem o curso em um tempo menor. Segundo a Fundação Perseu Abramo, 20% dos meninos que largaram os estudos tiveram o primeiro filho antes dos 18 anos. Entre as mulheres, esse percentual é de quase 50%. Dessas, 13% se tornaram mães antes dos 15 anos, 15% aos 16 anos e 19% aos 17 anos.
- Vulnerabilidade Muitos estudantes enfrentam problemas como a pobreza extrema, o uso de drogas, a exploração juvenil e a violência. "A instabilidade na vida deles não permite que tenham a Educação como prioridade, o que os leva a abandonar a escola diversas vezes. Quando voltam, anos depois, só resta a EJA", diz Maria Clara Di Pierro, docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
- Trabalho A necessidade de compor a renda familiar faz com que muitos alunos deixem o Ensino Fundamental regular antes de concluí-lo. O estudo Jovens de 15 a 17 Anos no Ensino Fundamental, publicado este ano na série Cadernos de Reflexões, do MEC, revela que 29% desse público que está matriculado do 1º ao 9º ano já exerce alguma atividade remunerada, sendo que 71% ganham menos de um salário mínimo. A dificuldade de conciliar os estudos com o trabalho faz com que mudar para as turmas da EJA, sobretudo no período noturno, seja a única opção.
- Gravidez precoce A chegada do primeiro filho ainda na adolescência afasta muitos da sala de aula, principalmente as meninas, que param de estudar para cuidar dos bebês e, quando conseguem, retornam à escola tempos depois, para a EJA. Assim, não estudam com colegas bem mais novos e concluem o curso em um tempo menor. Segundo a Fundação Perseu Abramo, 20% dos meninos que largaram os estudos tiveram o primeiro filho antes dos 18 anos. Entre as mulheres, esse percentual é de quase 50%. Dessas, 13% se tornaram mães antes dos 15 anos, 15% aos 16 anos e 19% aos 17 anos.
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