Sul da Bahia, chão de cacau: uma civilização regional Autor: Adonias Filho
Título
- Sul da Bahia, chão de cacau: uma
civilização regional
Autor: Adonias Filho
Esta obra pretende
apresentar ao leitor um estudo sociocultural que, documentado e apoiado em
raízes históricas, visa se distinguir dos demais estudos sobre a região do
cacau, caracterizando uma civilização regional no sul da Bahia.
O autor baiano Adonias Filho, traz em
seu livro Sul da Bahia: Chão de cacau (uma civilização regional) (1976), um
estudo minucioso sobre o surgimento daquilo que ele mesmo nomearia de a
“civilização” do cacau, um complexo regional que conseguiu difundir sua cultura
assim como os homens das primeiras civilizações que buscavam aperfeiçoar o cultivo
da agricultura e a convivência em grupo.
Em Sul da Bahia: Chão de cacau (uma
civilização regional) é possível analisar o desenvolvimento cultural e o
processo de firmação identitária da nação grapiúna, onde se mesclaram povos e
costumes diversificados, elementos predominantes na composição da “civilização”
do cacau. Para Adonias Filho, a formação da “civilização” do cacau se deu
através da fusão entre o espaço geográfico seus elementos sociais - econômicos.
Essa junção trina garantiu, através de normas, a convivências entre múltiplas
identidades concebendo assim o “complexo cultural” específico do Sul da Bahia.
Nesse ambiente, houve o encontro de povos – baianos vindos do extremo sertão,
sergipanos, índios, negros, europeus e, depois do desbravamento, sírios e libaneses
–, um encontro nem sempre sossegado, muitas vezes turbulento, pois se tratava
de povos dessemelhantes que buscavam concretizar seus ideais. A idealização de
sonhos e a busca do “eldorado” contribuíram para o desenvolvimento do sistema
de produção do cacau, ligando várias pessoas e as suas minudências,
convergentes de um mesmo objetivo, tornando-os individuais e coletivos em seus
desígnios, sempre buscando o seu lugar de pertença. Entende-se por lugar de
pertencimento o espaço que abarca as reflexões sobre uma determinada identidade
cultural, pois segundo Bauman (2005, p.26) “[...] a ideia de ‘identidade’
nasceu da crise do pertencimento e do esforço que está desencadeou no sentido
de transpor a brecha entre o ‘deve’ e o ‘é’ e erguer a realidade ao nível dos
padrões estabelecidos pela ideia – recriar a realidade à semelhança da ideia
[...]”. Sendo assim, o homem está sentenciado a viver sempre em busca do seu
lugar de pertença.
Para Adonias “grapiúna” é aquele que
realmente vem de fora, que está à procura do seu lugar de pouso. Autor da
Trilogia do cacau registra em seus escritos o processo de ocupação e desenvolvimento
da zona cacaueira.
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