SONDAGEM DIAGNÓSTICO
A chegada ao 6° ano é marcada por muitas dúvidas. Estudantes
acostumados com um único professor multidisciplinar se deparam com diversos
educadores. E os docentes, por sua vez, têm o desafio de ampliar o conhecimento
dos jovens sobre disciplinas específicas. Para promover uma aprendizagem
significativa, é preciso que o professor conheça bem os personagens dessa
jornada anual, o que pode ser feito por meio da avaliação realizada no início
do ano e repetida sempre que necessário. "Isso possibilita um amplo conhecimento
da turma, dando a visão completa de cada aluno e de suas dificuldades",
diz Jussara Maria Lerch Hoffmann, mestre em Avaliação pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora da Editora Mediação.
Esse processo tem a função de levantar o que os estudantes
sabem e como resolvem as situações-problema. "Também é interessante usar
esse momento para tentar traçar um perfil da criança. Afinal, não conseguimos
ensinar quem não conhecemos, e a história de vida contribui para a trajetória
escolar", afirma Janssen Felipe da Silva, docente da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE).
Segundo o pesquisador norte-americano David Paul Ausubel
(1918-2008), os conhecimentos prévios são pontos de ancoragem para que os novos
aprendizados façam sentido. "Isso é essencial para uma aprendizagem
significativa, que é construída e se mantém durante toda a vida", explica
Rosália Maria Ribeiro de Aragão, professora aposentada da Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp). O docente é quem faz a mediação entre os saberes da
criança e o conteúdo a ser apresentado e colabora para respaldar ou
complementar uma ideia que o aluno apresenta.
Existem várias maneiras de fazer um diagnóstico: propor
problemas, formar rodas de conversa, solicitar a produção ou interpretação de
textos, entre outras. Cada disciplina e conteúdo tem suas particularidades.
Essas práticas não são restritas ao início do ano e devem ser feitas sempre que
surgir um assunto novo. Com elas, você pode obter dados objetivos e observar
quais hipóteses o estudante já elaborou em seu processo educativo.
É comum os professores focarem a avaliação no que não foi
aprendido, mas uma boa sondagem procura ressaltar o que a criança sabe,
independentemente da escola. "O estudante leva para a sala o conhecimento
que obtém no mundo", lembra Rosália. Ainda que receba a mesma formação,
cada um é único.
Em muitos locais do Brasil, a mudança de ciclo gera a troca
de escola, pois as redes municipais e estaduais dividem a formação. Isso pode
fazer com que a diferença entre o que cada aluno já aprendeu seja muito grande.
Por isso não dá para impor um programa fechado. Com o diagnóstico é possível
identificar as individualidades e usar as diferenças para proporcionar o avanço
de toda a classe.
No fim das atividades didáticas, o levantamento volta a ganhar importância. Ele deve ser confrontado com os resultados obtidos pela garotada. Comparar esses dois dados é o que permite saber quanto cada aluno evoluiu e, ao longo do ano, diminuir as dúvidas existentes no primeiro dia de aula.
No fim das atividades didáticas, o levantamento volta a ganhar importância. Ele deve ser confrontado com os resultados obtidos pela garotada. Comparar esses dois dados é o que permite saber quanto cada aluno evoluiu e, ao longo do ano, diminuir as dúvidas existentes no primeiro dia de aula.
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