Adonias Aguiar Filho
Após concluir seus estudos secundários em
Salvador, Adonias Filho mudou-se em 1936 para o Rio de Janeiro, ainda capital
do Brasil na época. Lá retomou sua carreira jornalística iniciada em Salvador,
colaborando para jornais tais como o Correio da Manhã. Alcançando grande
notoriedade como jornalista, ocupou o cargo de vice-presidente da Associação
Brasileira de Imprensa (1966) e de presidente da mesma associação em 1972. Além
disso, foi presidente do Conselho Nacional de Cultura de 1977 a 1990.
Iniciou sua carreira literária em 1946 com a
publicação de "Os servos da morte". Tendo nascido na zona do cacau no
sul da Bahia, Adonias Filho, assim como Jorge de Amado, tirou desse ambiente o
material para sua obra. Pertencendo ao grupo de escritores da terceira fase do
Modernismo, voltou-se para a literatura regionalista de forma a ampliar seu
sentido para o universal. Foi eleito em 14 de janeiro de 1965 para a Cadeira n.
21 da Academia Brasileira de Letras.
Jornalista,
crítico, ensaísta e romancista brasileiro nascido na Fazenda São João, em
Ilhéus, Estado da Bahia, cujos romances se distinguiram pelo seu estilo áspero
e seco. Filho de Adonias Aguiar e de Rachel Bastos de Aguiar, concluiu o curso
secundário no Ginásio Ipiranga, em Salvador (1934), quando começou a fazer
jornalismo, mas transferiu-se para o Rio de Janeiro (1936), onde foi
colaborador de vários jornais.
Foi
crítico literário dos Cadernos da Hora Presente, de São Paulo (1937), crítico
literário de A Manhã (1944-1945), do Jornal de Letras (1955-1960) e do Diário
de Notícias (1958-1960). Foi diretor do Instituto Nacional do Livro
(1954-1955), do Serviço Nacional de Teatro (1954-1956), da Biblioteca Nacional
(1961) e da Agência Nacional (1964). Foi eleito (1964) para a cadeira no 21 da
Academia Brasileira de Letras, antes ocupada por Álvaro Moreira, e assumiu
(1972) a presidência da Associação Brasileira de Imprensa e, aposentado, voltou
para a Bahia e morreu em sua cidade natal.
Ambientando
seu palco ficcional na região cacaueira do sul da Bahia, entre seus livros mais
conhecidos estão os romances: Servos da morte" (1946),
"Memórias de Lázaro" (1952), "Corpo vivo" (1962), "O
forte" (1965), "A nação grapiúna" (1965), "Léguas da
promissão" (1968), "Luanda Beira Bahia" (1971), "Sul da
Bahia chão de cacau" (1976) e "A noite sem madrugada" (1983) e
os ensaios literários de Modernos ficcionistas brasileiros (1958). Entre outros
autores traduziu William Faulkner, Virginia Woolf e Graham Greene.
Criador
de um mundo trágico e bárbaro, os romances que compõem o ciclo do cacau são:
Servos da Morte (1946), Memórias de Lázaro (1952) e Corpo Vivo (1962). Com base
em raízes históricas, publicou Sul da Bahia: Chão de Cacau (1976), importante
ensaio sociocultural onde analisa, documentalmente, mais de um século e meio de
estruturação social, examinando todas as contribuições culturais que acabaram
por definir a “Civilização Baiana do Cacau”.
Adonias Filho faleceu em sua fazenda no
distrito de Inema, em Ilhéus, em 2 de agosto de 1990.
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