As Velhas - Adonias Filho



"Neste romance, como diz o seu nome, as heroínas são quatro velhas, cujos destinos e tragédias se entrelaçam. E como são terríveis e poderosas, na sua fragilidade caduca! (...) Quatro velhas, quatro parcas, tremendas na sua autoridade, nas suas lembranças, nos seus rancores, na sua cegueira vingativa. (...) 

Por: Valéria Queiroz Menezes
           
         A obra “As Velhas”, de Adonias Filho tem como cenário o sul da Bahia. O enredo gira em torno de quatro matriarcas que após viverem sobre a proteção dos seus companheiros conseguem ter representação frente as suas famílias. A trama é dividida em quatro partes cada uma descreve uma velha: Tari Januária; Zefa Cinco; Negra Zonga e Lina de Todos. Os destinos dessas mulheres acabam por se entrecruzarem da seguinte forma: Tari Januária encarrega seu filho de trazer os ossos de seu marido Pedro Cobra, assassinado por Zefa Cinco, como ela supostamente sabia onde estavam os ossos do marido de Tari, propõe um acordo a Toni Beré, filho de Tari: mostraria onde estavam enterrados em troca ele deveria achar sua filha desaparecida. No percurso, Beré conhece a velha Zonga que dá indícios do paradeiro da moça, já em Buerarema, ele conhece a quarta velha, Lina de Todos, descobre que Asa, filha de Zefa, já havia morrido e que havia tido uma filha que se encontrava prisioneira, libertam a moça e a entregam a mãe que havia mentido sobre o paradeiro do corpo de seu pai. Ele retorna a sua casa e descobre o verdadeiro motivo da busca: a sua mãe queria fazer com os ossos quatro cabos para facas que daria a seus quatro filhos. Na luta contra a fatalidade, seus personagens vivem e morrem numa região, ainda dominada pela natureza feroz e marcada pela violência da disputa de terras.

FILHO, A. As Velhas. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1975.

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