O Menino e o Cedro - Adonias Filho



O Menino e o Cedro - Adonias Filho
"Dois gigantes. Um corria para o mar, Outro se erguia em direção aos céus. Almada, o rio rabugento e furioso, doido para receber as chuvas de verão. Vermelho, o cedro doce e imponente, espalhando flores brancas a seu redor. Grilim, o menino; Manió, a cachorra: dois amigos inseparáveis. Juntos conhecem Vermelho. Com o tempo a amizade, o amor, a solidariedade. Quem poderia imaginar como Vermelho retribuiria o amor recebido? Os humanos são capazes de tamanha fidelidade?"


Discussão:
Como nasce e se solidifica uma amizade verdadeira?

Vejam colegas do Fundamental I que proposta de atividade encontrei nas minhas pesquisas. 

 A Preservação das Matas

Você já pensou como as árvores e as plantas são importantes para a nossa vida? Elas nos dão frutos, dão sombra, são moradia para os pássaros e outros animais.
Existem, inclusive, certas plantas que absorvem a poluição e, assim, ajudam a manter o ambiente limpo. Você pode cultivá-las em casa.
Muitas florestas, no Brasil e no resto do mundo, estão desaparecendo. Com elas, estão desaparecendo muitas espécies de árvores e de animais.
Como vai ficar o nosso planeta se todas as florestas forem destruídas?
Converse com os colegas e dê a sua opinião.



Leitura

O menino e o cedro
Adonias Filho

            Grilim poderia dizer, sem mentir, que vira muitas coisas no mundo. Aranhas na arte dos tecidos, abelhas na construção das casas, beija-flores na arte da dança. Vira mesmo nuvens brancas, no céu azulado, a armarem e desarmarem estranhas e lindas figuras. Como o Vermelho, porém, não havia nada igual. E tanto não havia que Grilim nele percebeu um certo nervosismo. Os galhos, embora sem qualquer vento, se agitaram como se fossem braços de um homem. Verificou, apesar do calor sufocante, que o tremor, embaixo, esfriava o tronco. Observou mesmo que, na casca *rugosa*, a *resina* escorria.
            Grilim não teve dúvida de que o Vermelho suava.
             Muito sensível, o cedro!
            E, porque tudo escutara, porque sabia agora quem era o menino, reagia daquela maneira. Provava, assim, que raciocinava e tinha sensibilidade.
             -- Veja que não sou um mineral -- diria, se pudesse falar, acrescentando -- um vegetal tem muito da criatura humana.
            Alguns dias depois aí por volta de meio-dia, dois homens apontaram no caminho. Montados em boas mulas de sela que *esquipavam*, em passos certos, num balanço de rede com arreios enfeitados de prata. Gente de dinheiro, não havia como Nico se enganar. Desmontaram no terreiro e logo entraram na casa e se acomodaram no banco. O que parecia mais velho -- um tipo meio gordo de enorme bigode, com esporas de prata nas botas de couro -- não perdeu tempo:
             -- A gente ia passando lá na estrada grande, quando avistamos o cedro -- falava depressa, a voz grossa, enquanto preparava o cigarro de palha. -- Aí resolvemos ver o cedro de perto. Que árvore!
             -- Ah, o Vermelho! -- Nico exclamou.
             -- É madeira para uma boa *estacada de cerca*. E, por isso, cheguei até aqui para fazer uma proposta.
            -- Pois que venha a proposta -- Nico disse.
             -- Vosmecê quer derrubar o cedro e fazer estacas para nos vender?
            No canto da sala, junto da porta que dava para a cozinha, com Manió a seu lado, Grilim escutou a conversa. Sentiu o coração estremecer no fundo do peito ao ouvir a proposta do bigodudo. "Vosmecê quer derrubar o cedro?" Chegou a ver o pai por um segundo com o machado nas mãos, os braços *distendidos* a cortar o Vermelho no tronco. Viu, no corte feito, que era uma ferida aberta, o rosado do *cerne* como se fosse sangue. Com o medo no rosto, a tristeza no olhar e o coração disparado esperou que o pai não aceitasse a proposta.
            Gritasse não e expulsasse os homens da casa porque o Vermelho era uma pessoa da família.
            E foi quando o pai respondeu:
            -- Passem por aqui dentro de um mês. Acertaremos o preço com as estacas no chão.
            Grilim recuou, *transpôs* a porta e, ao passar pela cozinha, já não via direito porque as lágrimas enchiam os olhos. Saiu pelos fundos a correr, e Manió o seguiu como se soubesse que ele sofria. Correu, muito apressado, para deter-se junto ao cedro. Ainda a chorar, pondo as mãos no tronco, não conseguiu dizer uma palavra. O *abatimento* de Grilim, ao chegar em casa, chamou a atenção da mãe. Triste, pelos cantos, a choramingar. A própria Manió, sempre alegre e agitada, como que adoecera. Deitada, ou sentada sobre as patas, com as orelhas caídas e parecendo cansada, não tirava os olhos do menino. Isso durou três dias, até que Maricota, visivelmente preocupada, falou ao marido. Depois do jantar, ao acender o candeeiro, ela disse:
             -- Grilim parece doente. Anda afundado numa tristeza danada. Que será que ele tem?
            -- Eu não sei -- Nico respondeu. -- Mas não custa perguntar a ele.
            Não houve necessidade de chamar Grilim, porque ele mesmo não se conteve ao ver o pai, na manhã seguinte, tomar do machado. E, dirigindo-se a Nico, perguntou se pretendia mesmo derrubar o cedro para fazer estacas. Surpreendeu-se o pai com a pergunta e a preocupação de Grilim.
             (*O menino e o cedro*. São Paulo: FTD, 1994.)

  A Dóris adorou ler o livro *O menino e o cedro*, de Adonias Filho! Procure-o e leia você também. Ele mostra a amizade entre um menino e a sua árvore.





 Oi! Vamos Conversar!




1. Existem árvores na sua cidade? Elas são poucas ou muitas?
 2. Na sua cidade, existe alguma árvore que você considere especial, por ser muito bonita, muito grande ou muito antiga?
 3. Você já brincou em cima de uma árvore? Como foi?

 Interpretação do Texto

 1. No texto "O menino e o cedro" há várias personagens. Procure no texto e responda:
 • Como se chamam as personagens?
 • Quem elas são?

 2. Grilim já tinha visto muitas coisas no mundo:

"Aranhas na arte dos tecidos, abelhas na construção das casas, beija-flores na arte da dança."

  Mas o Vermelho era especial para ele. Escreva a sua opinião no caderno:
• Por que o texto compara o Vermelho com todas essas coisas?
 • Por que o Vermelho era tão especial para ele?

 3. Quando apareceram os dois homens e fizeram a proposta para o pai de Grilim, o menino imaginou o pai com o machado na mão cortando o Vermelho. Como foi que ele imaginou essa cena? Procure no texto e escreva no caderno.

 4. Grilim não queria que o pai cortasse o cedro. Ele chegou até a ficar doente só de imaginar o pai cortando o Vermelho. Você acha que, para o pai, a árvore também era tão importante como para Grilim? Por quê?

 5. Você sabe por que é tão importante não derrubar árvores e preservar as florestas? Leia este texto para conhecer um pouco mais sobre nossas florestas:







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