Análise funcional da canção “Planeta água”.



Planeta água
 


Água que nasce na fonte serena do mundo 
E que abre o profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão,
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos
Água dos igarapés, onde Iara
Mãe d'Água, é misteriosa canção
Água que o sol evapora,
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas d'Água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva, tão triste,
São lágrimas na inundação
Água que move moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra
TERRA, PLANETA ÁGUA
TERRA, PLANETA ÁGUA

TERRA, PLANETA ÁGUA





 
                                                   (Guilherme Arantes)

A canção está relacionada semanticamente com o ciclo da água e conseqüentemente da vida. Pode-se perceber que a expressão “Águas dos igarapés” está localizada no centro da música, e que para se estabelecer a função sintática de algumas orações é preciso retomar a ela. Essa relação de movimentos contínuos existente na canção serve para indicar o próprio ciclo da água.
A canção está mais estruturada em cima de orações subordinadas. Estas orações servem para indicar a subordinação existente entre todos os seres vivos e a água. Para que exista vida no mundo é necessário primeiro a existências da água, portanto todos os seres vivos são subordinados a ela. É perceptível que na maioria das vezes que o autor utiliza orações coordenadas é para qualificar, caracterizar as águas, mostrar a sua importância para a sociedade. Portanto, ele usou orações coordenadas para conscientizar a população que todos devem viver numa harmonia coordenada com a natureza. Ninguém é superior a nada neste universo. Todos devem viver em equilíbrio, em coordenação.
A canção é constituída tanto por orações coordenadas quanto subordinadas que indica a relação de conturbência do ciclo da água. Assim como ela traz arco-íris, plantação para a população, ela também traz inundações, tristeza, lágrimas. Portanto, as orações coordenadas e subordinadas deixam o texto tenso que expressa as duas faces (bem/mal) existentes na natureza e conseqüentemente no ciclo da água. 
   

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