A educação inclusiva

A educação inclusiva pode ser entendida como uma concepção de ensino contemporânea que tem como objetivo garantir o direito de todos à educação. Ela pressupõe a igualdade de oportunidades e a valorização das diferenças humanas, contemplando, assim, as diversidades étnicas, sociais, culturais, intelectuais, físicas, sensoriais e de gênero dos seres humanos. Implica a transformação da cultura, das práticas e das políticas vigentes na escola e nos sistemas de ensino, de modo a garantir o acesso, a participação e a aprendizagem de todos, sem exceção.

Os cinco princípios da educação inclusiva são:

1.      Toda pessoa tem o direito de acesso à educação

2.       Toda pessoa aprende

3.      O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular

4.      O convívio no ambiente escolar comum beneficia todos

5.      A educação inclusiva diz respeito a todos


As dimensões de um projeto educacional inclusivo

Projetos de educação inclusivos se tornam consistentes e sustentáveis com ações contínuas relacionadas a cada uma das seguintes dimensões: políticas públicasgestão escolarestratégias pedagógicasfamílias e parcerias.

As reflexões deram maior ênfase ao currículo que atenda aos estudantes (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos) com deficiências. Sejam elas: deficiência auditiva, visual, física. Mas temos também a deficiência intelectual.

 Ainda precisamos pensar e refletir sobre os Transtornos do neurodesenvolvimento, aqueles identificados no transcurso do desenvolvimento do sujeito, tendo como principais características o prejuízo ao desenvolvimento nas áreas afetivas, cognitivas, sociais e outras. Há um grupo de transtornos do desenvolvimento que apresenta uma condição especifica relacionada à aprendizagem. São denominados de transtornos específicos da aprendizagem (identificados normalmente quando a criança está em período escolar):

·         Dislexia

·         Disgrafia

·         Disortografia

·         Discalculia

·         TDAH – TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

O termo hoje adotado pelos médicos é Transtorno de Espectro Autista (TEA) ou Perturbações do Espectro do Autista (PEA).  Nomenclatura estabelecida pelo DSM V em uso corrente e que foi precedida por outras duas:

Transtorno Global do Desenvolvimento – TGD (CID – 10)

Transtorno Invasivo do Desenvolvimento – TID (DSM IV)

Em síntese, o TEA é tipificado por condições caracterizadas por
prejuízos significativos na comunicação, no comportamento e na interação social, que se iniciam no período compreendido pelos três primeiros anos de vida e que têm causas multifatoriais.

No DSM 4 se configurou a definição de autismo com a tríade de
dificuldades
: socialização, comunicação e interesses restritos estereotipados. Por outro lado, ainda existiam diversas possibilidades
de classificação e categorização, quais sejam: a Síndrome de Rett,
Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Síndrome de Asperger, entre outras várias possibilidades.

Em 2013, com a mais recente versão do DSM — de número 5 —, essas várias possibilidades de classificação diagnóstica foram extintas. A única classificação passou a ser a do Transtorno do Espectro do Autismo. Desde então a Síndrome de Asperger não é mais um diagnóstico possível, porque todas as pessoas que têm dificuldades de comunicação e interação social ou interesses restritos e estereotipados são classificadas como pessoas com o transtorno do espectro autista.

A mudança da classificação se justifica porque nos Estados Unidos o tratamento é financiado pelo governo, e todos os pormenores são elementos usados para não disponibilizar a gratuidade do tratamento ou a inclusão do sujeito em um plano de saúde. O diagnóstico de Síndrome de Asperger não cobria os mesmos direitos contidos no diagnóstico de autismo, por exemplo. Para resolver o problema e propiciar o direito desses sujeitos a serem acompanhados nas clínicas e nas instituições escolares, uniformizou se todos como pessoas com TEA.

Dentre os transtornos psiquiátricos na infância, o mais conhecido é o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), seguido do TOD (transtorno desafiador opositor) e o transtorno de conduta.

No caso do transtorno desafiador opositor, após essa fase os sintomas ainda persistem e tendem a piorar, apresentando características como uma teimosia exagerada, desobediência e extrema hostilidade, negativismo, resistência em cumprir regras e combinados, além de incomodar as demais pessoas deliberadamente, comportamentos agressivos. O transtorno de conduta (TC) define-se por violações mais sérias como roubo, agressividade e crueldade com as demais pessoas e animais, comportamentos delinquentes

Os transtornos depressivos e de ansiedade também podem começar na infância, ao contrário do que muitos acreditam.

No entanto, os transtornos psicóticos, como o transtorno delirante e a esquizofrenia, são bastante raros na infância, e o início da manifestação de seus sintomas se dá no final da adolescência e início da vida adulta.

Durante muito tempo negou-se a possibilidade de crianças e
adolescentes sofrerem de quadros depressivos. Ao contrário, esse período era interpretado romanticamente como um estágio de grandes descobertas, alegrias e encantamentos. Estudos epidemiológicos apontam para fatos como a depressão e até mesmo ideações e tentativas de suicídio, que são mais comuns do que se pode imaginar.

O diagnóstico mais comum é o de ansiedade, oposicionismo, hiperatividade, agressividade e os relacionados a substâncias psicoativas (álcool e outras drogas).

A depressão encontra-se dentro dos transtornos do humor, sendo na infância caracterizada por estado de humor irritável ou disfórico, prejuízo no desempenho escolar, ansiedade de separação, hiperatividade, comportamento antissocial, alteração no sono e apetite, choro fácil, afirmações negativas sobre si própria, autoagressividade, queixas somáticas, socialização diminuída, perda
da energia habitual, sendo estes seus principais sintomas.

Todos esses problemas estão presentes cada vez mais em nossas escolas e o que vemos são educadores  e coordenadores que identificam em seus alunos as características de muitos dos problemas citados e socializam nos diálogos com os seus pares mas não tem na sua formação teórica condições de definir com precisão o problema e como ajudar no desenvolvimento deste aluno(a) e na sua formação em trabalho também não é oferecida condições de apreender. Essa formação deveria fazer parte dos estudos de todo profissional da educação.

Sei que os problemas de ordem emocional são especificidades do psicólogo (identifica traumas, medos e receios que podem acarretar em uma vida frustrada), outros problemas precisamos do acompanhamento de um fonoaudiólogo (terapeuta de distúrbios da voz e da fala)  e neurologistas (estuda e trata dos distúrbios estruturais do sistema nervoso) mas nenhum passa tanto tempo próximo a criança e percebe o seu desenvolvimento quanto o professor e que fará um relato do que tem observado à estes profissionais.

Percebo a necessidade de um trabalho mais próximo aos educadores, uma avaliação das crianças atendidas pelos profissionais que fazem esse trabalho no município seja eles em Centros Educacionais fora da escola, sala de recursos multifuncionais, por psicólogos, psicopedagogos onde os professores tenham um feedback deste atendimento e do seu aluno como maneira de melhor compreender o que ele apresenta, características apresentadas e saber como direcionar o ensino de forma que possa contribuir para a sua aprendizagem.

Cristiane Fernandes dos Santos

Licenciatura em Pedagogia – UESC (1994)

Curso de Especialização em Educação Infantil – UESC (2001)

Gestão do Trabalho Pedagógico Supervisão e Orientação Escolar – UNINTER (2012)

Especialização Formação Continuada em Mídias na Educação (2013) – UESB

Especialização em Neuropsicopedagogia – UNINTER (2020)


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